quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Melancolia de artista


Que proezas! Que tragédias!
Sou alguém afogado em peripécias
Cultivo a velhice da face em candura
Mas o silêncio é a minha única fortuna

Calado estou propenso ao soluço da estrada
Em luto pensativo cismo a vida das estátuas
Sempre ingênuo ao senhor Trapézio do circo
Confesso: estou rubro pelo tédio que sinto

Reprises e teses são os maiores furos do meu cobertor
O sol não alcança mais a sombra das minhas mágoas
Os pingos de luz são meus doces raios de amor
O barco sobe e afunda à onda nostálgica

Desço a escada - a noite brilha
Observo um galho e prossigo na trilha
Ligo insatisfeito a minha antiga vitrola
Enquanto percebo o orvalho com melancolia

Torless