
Logo ao aproximar-se de mim, o seu aroma me engole completamente
Nele borbulho em tantas alucinações e anseios que pairo ausente
Perco o senso do concreto, confundo surrealidade com lucidez
Tento explorar o léxico, mas eu me acabo explorado de vez
Experimento caminhar - rápido penso em fugir, porém em vão
Encontro-me imóvel, detido, sem conseguir levar o coração
Se isto é embriagar-se de fascínio, eu não sei ao certo
Só afirmo a certeza de que o desequilíbrio é interno
Pelo perfume, pela essência, pelo instinto
Pelo assimilável, pelo iludível, pelo afinco
Pela deusa natureza que me controla os sentidos
Digo-lhe com total veemência: consome-me ao infinito
Torless
Autora da essência: Débora Costa